• Projeto arquitetônico para o Terminal Marítimo do Recife
  • voltar
  • Recife - PE
  • Projeto: 2008 | Conclusão: 2009
  • Os volumes e superfícies vazadas que antigamente eram resolvidos com as venezianas, foram criados agora com o emprego justo e adequado de um material pernambucano por excelência e que conserva a mesma simplicidade de linhas de certas grades e esquadrias: o combogó» «Estas superfícies de combogó atuando nas fachadas muito ensolaradas como verdadeiro ‹brise-soleil›, produzem desenhos caprichosos de sombra e luz».

    —Joaquim Cardozo, 1939.

    A solução arquitetônica que concebemos para o novo Terminal de Passageiros do Porto do Recife determinou a preservação e conversão do antigo ‹Armazém 7› —Um galpão longo e estreito, construído no início do século XX.

    A forma e posição dessa edificação —posta longitudinalmente, paralela ao cais e aos próprios navios atracados— ofereceu a solução natural para instalação dos salões de Embarque e Desembarque. Bastando apenas a criação de um piso superior, construído como uma laje estruturalmente independente, dentro da ‹caixa› do edifício preservado.

    Em claro contraste com a antiga edificação preservada, o chamado ‹Salão Pernambuco› é uma nova edificação quadrangular, conectada ao antigo Armazém através de passarela metálica: uma «ponte» que faz a passagem ao nível do 2° pavimento.

    Concebida como ‹sombra generosa› definida pela grande coberta quadrada apoiada em 4 colunas, o Salão Pernambuco funciona como espaço de Entrada, lugar de chegadas e partidas, encontros e despedidas.

    Aberta nas laterais, esse espaço é delimitado por uma membrana vazada em chapa de alumínio expandida, que —como uma longa fita dobrada e redobrada— filtra a luz e a brisa tropicais, conforme tradições da arquitetura moderna pernambucana. Essa membrana e o esqueleto de tubos metálicos da sua estrutura evocam também o imaginário náutico e industrial do lugar portuário: primeira paisagem cultural do Recife.

    A expressão arquitetônica contemporânea então define-se no contraste entre as edificações de dois tempos: o de Hoje e o de Ontem. Até porque, um dia ambas serão antigas.