• Igreja Católica Ortodoxa Siriana Matriz da Mãe de Deus
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  • Olinda - PE
  • Projeto: 1990
  • O edifício da igreja é uma tentativa de questionamento do sistema de representação da arquitetura Modernista, o qual é baseado em pares conceituais de conceitos opostos tais como: figura-fundo, sólido-vazio, abstração-figuração, interior-exterior, edifício-sítio, artefato-natureza, forma-função, plano-volume, estrutura-vedação, estrutura-decoração, suportante-suportado, etc. Para explorar o território ‹entre› estas categorias.

    Este edíficio rompe com a tradição de ‹uma arquitetura de categorias, de tipos, que em última instância se baseia na separação das coisas em pares opostos›. Em prol de uma arquitetura holística que represente a unidade subjacente dos opostos.

     A idéia é a desestabilização ou deslocamento de um sistema de representação arquitetônico através do emprego de estruturas e conceitos do próprio sistema (de modo similar ao que Magritte, Escher e Holbein fizeram na pintura, usando a perspectiva Renascentista para questionar e desestabilizar o sistema de representação da perspectiva Renascentista), para através da superação das categorias, demonstrar a artificialidade e portanto relatividade dos sistemas de representação da realidade.

    Por exemplo: a tradicional relação de oposição figura entre edifício e sítio, é descartada. Não existe distinção objetiva entre edifício e sítio, entre interior e exterior do edifício. A distinção é relativa. O observador está dentro e ao mesmo tempo fora (embora essas situações perceptivas sejam auto-excludentes, isto é, como no quadro ‹Os Embaixadores› de Holbein, quando se vê os embaixadores não se vê o crânio e vice versa).

     Este processo, gradual, porém permanente, de "deslocamento", questionamento, crítica e revisão de pré-concepções estabelecidas pela convenção nos parece particularmente relevante para o tema arquitetônico em questão: uma igreja cristã.