• Igreja na cidade do Recife
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  • Recife - PE
  • Projeto: 1991
  • A Capela é formada a partir da intersecção entre dois cubos: um sólido, opaco, maciço, definido por espessas paredes de alvenaria rebocada; o outro etéreo, cristalino, transparente, definido por planos de vidro, através do qual penetra luz e se avista o céu a partir do interior do edifício.

    Num rigor como que calvinista, foram rejeitados quaisquer símbolos religiosos de natureza figurativa. A luz, a sombra, o silêncio, enfim, a própria forma arquitetônica, é que deverá induzir ao estado contemplativo de meditação religiosa. 

    O rigor geométrico que caracetriza o objeto arquitetônico, é aqui concebido como representação simbólica da perfeição Divina.

    Para isto, foi explorado como tema arquitetônico uma figura geométrica específica: o ‹Quadrado de Duijvestijn› —o menor ‹Quadrado Perfeito Simples› (‹Perfeito› porque todos os quadrados que constituem o quadrado maior são diferentes, e ‹Simples› porque nenhum subconjunto deles forma um retângulo);

    A solução singular descoberta pelo matemático holandês A.J.W. Duijvestijn para o problema geométrico da divisão do quadrado em quadrados menores diferentes entre si.

    O ‹Quadrado de Duijvestijn› foi concretizado no plano de piso do edifício, composto de 21 quadrados de tamanhos diferentes (não existem dois iguais), que preenchem com exatidão a área de 4.79 x 4.79 m. Dos 21 quadrados, 20 são constituídos por lajes de Granito negro.

    O 21º quadrado —o menor de todos— é constituído de uma chapa maçica de Latão na qual está inscrito em baixo relêvo o traçado completo do ‹Quadrado de Duijvestijn›. Esta reprodução do ‹todo› na ‹parte›, incorpora e concretiza na arquitetura do edifício a idéia do Infinito.