• Recife - PE
  • Projeto: 2011
  • Na avenida Guararapes,

    o Recife vai marchando.

    O bairro de Santo Antonio,

    tanto se foi transformando

    que, agora, às cinco da tarde,

    mais se assemelha a um festim,

    nas mesas do Bar Savoy,

    o refrão tem sido assim:

    São trinta copos de chopp,

    são trinta homens sentados,

    trezentos desejos presos,

    trinta mil sonhos frustrados.


    Ah, mas se a gente pudesse

    fazer o que tem vontade


    Mas como a gente não pode

    fazer o que tem vontade,

    o jeito é mudar a vida

    num diabólico festim.


    Por isso no Bar Savoy,

    o refrão é sempre assim:

    São trinta copos de chopp,

    são trinta homens sentados,

    trezentos desejos presos,

    trinta mil sonhos frustrados.


    —Carlos Pena Filho, o ‹Poeta do Azul›.


    O desafio colocado no Concurso:  Transformar o espaço do antigo Bar  Savoy —marco na história cultural do Recife— num Centro dedicado à literatura pernambucana.

    A solução do Problema Arquitetônico  em questão realiza-se na consecução de duplo Objetivo:

    [I] Atender às novas necessidades funcionais (propiciando espaços suficientemente amplos para acolher  número considerável de pessoas em eventos culturais –lançamentos,  reuniões, palestras, exposições…)

    [II] Criar um ambiente arquitetônico representativo, capaz de —para além da pura funcionalidade— constituir uma imagem marcante, expressão não só do passado histórico do lugar,  mas também do momento contemporâneo e dos novos tempos que se anunciam para o antigo Bar Savoy, a partir da corajosa iniciativa dos promotores do Concurso.

    A primeira decisão arquitetônica foi a de buscar máxima amplitude espacial, liberando o espaço necessário através da relocação da nova Escada de segurança (que deixa de ocupar o meio do ambiente) e da demolição dos Sanitários e demais cubículos hoje existentes.

    Uma vez liberado o espaço do Grande Salão Térreo —na amplitude adequada à funcionalidade e à representatividade pretendidas— propomos a qualificação arquitetônica do espaço pela criação de um grande elemento ao mesmo tempo funcional e escultórico —A ‹Asa Azul›: um septo curvilíneo que, delimitando o novo espaço Savoy, concretiza uma imagem arquitetônica forte, capaz de persistir na memória dos visitantes como evocação da história do local e ao mesmo tempo do momento contemporâneo —do Futuro promissor que se anuncia a partir de agora.

    Na lateral leste do Salão, um Balcão com 12 metros, evoca o antigo Savoy, oferecendo o apoio necessário ao funcionamento de um Café-Bar.

    Como um todo, o Salão resultará funcionalmente flexível, acomodando as funções variáveis previstas para cada ocasião, por simples rearranjo (ou remoção) de mobiliário. Por ocasião de palestras ou solenidades, cadeiras empilháveis constituirão a Platéia; Quando for mais conveniente liberar o espaço, as cadeiras serão guardadas ou distribuídas conforme a ocasião.